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quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Apoio a doentes deslocados com melhores condições



O Governo dos Açores vai melhorar as condições de apoio aos doentes açorianos deslocados, área a que estão destinados, para o próximo ano, 2,4 milhões de euros, anunciou esta tarde, no parlamento regional, o secretário regional da Saúde.

Falando no plenário da Assembleia na apresentação do Plano e Orçamento para 2010, Miguel Correia adiantou que o novo regime de deslocação de doentes inter-ilhas e ao estrangeiro será introduzido, já no primeiro trimestre do próximo ano.

As novas regras estipulam, entre outros exemplos, que ambos os pais possam acompanhar os filhos com menos de três anos na deslocação por doença grave ou intervenção cirúrgica, ou que os cidadãos com necessidades especiais (crianças ou adultos) tenham direito a um segundo acompanhante, quando necessitem.

Por outro lado, as grávidas que vivam numa ilha sem hospital passam a poder escolher livremente o hospital da Região onde pretendem realizar o parto.

A deslocação de doentes ao estrangeiro vai ser, também reenquadrada, “tornando este processo mais transparente e dando a conhecer aos açorianos em que condições é que podem deslocar-se”, disse Miguel Correia que exemplificou com o tratamento de alguns casos oncológicos, mas também com o tratamento de “doenças súbitas ou raras que ponham em causa a qualidade e a vida das pessoas”.

O governante anunciou, por outro lado, que em 2010 estará em vigor o Plano Regional de Saúde para esta legislatura, “um instrumento essencial ao diagnóstico e à adopção de medidas concretas para prevenir e tratar as principais doenças que afectam os açorianos”, conforme referiu.

Do plano constam o rastreio, de forma organizada, da diabetes, nomeadamente através da retinopatia diabética e do pé diabético em toda a Região, bem como o rastreio de todas as crianças do 5º ano de escolaridade com obesidade infantil, “de forma a compreender a dinâmica desta problemática e a promover o seu encaminhamento para os serviços de saúde, nomeadamente para consultas de nutrição”, explicou o secretário regional.

“Pretendemos igualmente incentivar a criação do «menu saudável» na restauração colectiva, de modo a que em cada restaurante nos Açores possa haver uma opção clara por uma alimentação saudável”, anunciou também Miguel Correia.

No campo das doenças oncológicas, para além do rastreio em curso do cancro da mama, vai ser incrementado o do colo do útero, “que permitirá identificar e tratar, a tempo, muitos casos”, sabendo-se por projecções de estatísticas internacionais que podem haver nos Açores cerca de 950 mulheres nos Açores com problemas no útero.

Vai ser programado, também, o rastreio do cancro colo-rectal em todos os Centros de Saúde e dotados os Serviços de Pediatria dos hospitais com “meios necessários e adequados” a um melhor acompanhamento das crianças que sofrem de cancro.


No campo das doenças cérebro-cardiovasculares, para uma resposta mais eficiente nas situações de emergência, vão ser criadas as “vias verdes” coronária e do AVC, articulando os serviços de atendimento dos Centros de Saúde com as urgências dos hospitais, para “um diagnóstico mais rápido dos doentes com enfarte ou com AVC, onde quer que se situem, e serão encaminhados de forma prioritária, já com a terapêutica adequada, para os hospitais da Região”, sublinhou o governante.

Miguel Correia anunciou, também, o alargamento em 2010 da acção da Linha de Saúde Açores, promovendo o atendimento generalizado das situações de doença súbita e o encaminhamento articulado para os serviços de urgência.

Na área das dependências, o Governo vai iniciar, no próximo ano, a construção do Centro de Reabilitação de Menores de 18 anos, em São Miguel, bem como implementar o Centro de Adictologia da Horta, promovendo um acompanhamento mais especializado dos casos que se verifiquem nas ilhas do Faial, Pico, Flores e Corvo.

No global, o Plano de Investimentos na área da Saúde para 2010 cresce 21%, em relação a 2009.


GaCS/FA

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