A sensibilização da sociedade para as novas regras do Acordo Ortográfico, que entra em vigor a 1 de Janeiro, é o objectivo de um projecto da Universidade dos Açores."
A ideia é informar e formar a comunidade educativa e o cidadão comum para as novas regras do Acordo Ortográfico", salientou Graça Castanho, docente de Metodologia do Ensino da Língua Portuguesa, em declarações à Lusa, que lidera o projecto 'Acordar para o Acordo Ortográfico'.
"Ainda não encontramos ninguém que estivesse a par de todas as alterações, o que significa que as pessoas estão numa fase embrionária do conhecimento das novas regras", frisou Graça Castanho, salientando a importância deste projecto, inédito a nível nacional.
Para inverter este quadro, a equipa do projecto, que envolve 20 alunos do 3º ano da licenciatura em Educação Básica e do Mestrado em Educação Pré-Escolar e Ensino do 1º Ciclo, já iniciou a distribuição de panfletos informativos sobre as novas regras do Acordo Ortográfico.
No total são cerca de três mil desdobráveis, elaborados pelos alunos envolvidos no projecto, que dão a conhecer as alterações previstas, apresentam argumentos que as justificam e a história dos vários acordos ortográficos.
"Não estamos numa postura polémica, apenas pretendemos informar em contextos e públicos diversificados", sublinhou Graça Castanho, acrescentando que o projecto está a gerar "grande receptividade".
Esta campanha informativa prossegue sábado num centro comercial de Ponta Delgada, estando prevista para a próxima semana a realização de uma oficina de trabalho na Escola Secundária das Laranjeiras, destinada a encarregados de educação, alunos e professores do 1º ciclo.
O projecto prevê ainda a criação de um espaço próprio na página da Universidade dos Açores na Internet dedicado ao novo Acordo Ortográfico, que se espera possa estar operacional em Janeiro.
Por agora, a iniciativa está limitada aos Açores, mas pode vir a ser aplicada também nos EUA, já que Graça Castanho vai apresentar o projecto, em Novembro, em universidades norte-americanas onde se ensina a língua portuguesa.
"É preciso desdramatizar (as questões relacionadas com o Acordo Ortográfico)", defendeu a docente universitária, apesar de admitir que "não existem acordos perfeitos".
Fonte: Público
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