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terça-feira, 9 de abril de 2013

Intervenção do Presidente, Vasco Cordeiro, proferida hoje, em Santa Cruz da Graciosa, na cerimónia de inauguração do Centro Tecnológico da Empresa New Tour, SA


Texto integral da intervenção do Presidente do Governo, Vasco Cordeiro, proferida hoje, em Santa Cruz da Graciosa, na cerimónia de inauguração do Centro Tecnológico da Empresa New Tour, SA:

“Gostaria de começar por agradecer o amável convite para presidir a esta cerimónia de inauguração de um projeto de grande importância para a ilha Graciosa e para os Açores, como é este da empresa New Tour, SA.

Visando a instalação de um "centro tecnológico” nesta ilha, através do qual serão criados serviços online para os operadores turísticos aderentes e clientes em geral, este projeto consubstancia-se na disponibilização de diversos serviços inovadores ligados, sobretudo, ao setor das agências de viagens e turismo.

Esperamos todos – estou certo que, desde logo, os seus promotores, mas, também, o Governo Regional – que esta iniciativa permita reforçar a referência Açores no mapa dos webservices e plataformas online, bem como no desenvolvimento de aplicações para dispositivos móveis.

Classificado como Projeto de Interesse Regional (PIR), este investimento de mais de 2,2 milhões de euros, vem ao encontro do que, ainda recentemente, o Governo dos Açores teve a oportunidade de aprovar no âmbito do Plano Estratégico para o Fomento do Empreendedorismo nos Açores, designadamente, através do seu contributo para que, “em 2020, a Região Autónoma dos Açores seja reconhecida, a nível nacional e internacional, como um ecossistema particularmente favorável ao empreendedorismo numa região insular e ultraperiférica.”

O empreendedorismo traduz-se na capacidade de identificar oportunidades e inovar sob condições de incerteza, assumindo os riscos daí advenientes.

Considerando que a Região tem um elevado potencial para que apareçam e se desenvolvam projetos inovadores e condições para ser competitiva a nível internacional em diversas áreas, como a dos serviços ligados às tecnologias, o Governo Regional tem criado medidas para o incremento do empreendedorismo e da inovação e diminuição do risco associado a estes investimentos.

Por outro lado, tendo presente que há uma necessidade quase permanente de modernização do tecido económico regional, com o objetivo de se adaptar às exigências do mercado em constante mutação e promover uma melhoria da competitividade e um aumento da produtividade das nossas empresas, o Governo reitera, hoje e aqui, a sua aposta na criação de um ambiente estimulante da eficiência empresarial, através das várias políticas de incentivo ao investimento e da criação de um vasto conjunto de mecanismos de apoio à iniciativa privada.

Neste domínio, deve ser feita uma particular referência à política de incentivos ao investimento privado atualmente em vigor, essencialmente consubstanciada no SIDER – Sistema de Incentivos para o Desenvolvimento Regional dos Açores.

Este sistema de incentivos caracteriza-se por ter um vasto âmbito de aplicação e intensidades de apoio significativas, o qual constitui um instrumento de política económica de relevante importância para promover o crescimento sustentável da economia regional.

A diferenciação presente nas taxas de apoio para as denominadas “ilhas da coesão”, que inclui a ilha Graciosa, tem conseguido que importantes investimentos, como este que hoje aqui se concretiza, sejam executados nas ilhas de menor dimensão, o que dificilmente aconteceria se não existissem os importantes incentivos financeiros que são atribuídos.

A este propósito é importante referir que, na ilha Graciosa, foram apresentadas, até à data, 31 candidaturas, que se consubstanciam numa intenção de investimento de 15,3 milhões de euros e a criação de 71 novos postos de trabalho.

Mas o que nos move é ir sempre mais além, procurando novas soluções e explorando novos caminhos para a nossa economia e que possam a realizar o potencial da nossa Região, o potencial em que acreditamos.

Por isso, logo no início da atual Legislatura, foi aprovada a Agenda Açoriana para a Criação de Emprego e Competitividade Empresarial, na qual se prevê um amplo e diversificado conjunto de medidas de atuação tendo em vista o desenvolvimento empresarial, a promoção do emprego e a competitividade regional.

De entre as seis dezenas de medidas aí previstas, e das quais 35, ou seja, cerca de 57%, se encontram já executadas ou em execução, permitam-me que destaque a prioridade que pretendemos conferir à definição dos novos sistemas de incentivos para o período de programação 2014-2020.

Ao contrário do que, por diversas circunstâncias, aconteceu no passado, o Governo pretende fazer chegar à Assembleia Legislativa da Região, ainda durante este ano de 2013, o novo quadro legal para o funcionamento desta nova geração de sistema de incentivos, de forma a que não se registe qualquer quebra entre o funcionamento do atual sistema, cujo prazo de candidatura termina a 31 de dezembro de 2013, e a possibilidade dos nossos empresários se candidatarem ao novo sistema de incentivos, o qual abrange os investimentos realizados a partir de 1 de janeiro de 2014.

É com esta determinação que vamos abordar o próximo quadro comunitário, no qual queremos que o conceito de especialização inteligente seja uma das traves mestras da nossa ação e um objectivo estratégico do caminho que queremos seguir.

Esta acção do Governo tem uma perspetiva clara:
O próximo quadro comunitário tem de ser, como nenhum outro no passado, o impulsionador de uma transformação estrutural do nosso tecido produtivo, do aumento imprescindível da nossa competitividade, como economia e como Região, e um fator determinante da criação de condições para a sustentabilidade dos Açores.

Ao Governo cabe o papel, e nós não o rejeitamos, de garantir os recursos suficientes, criar o quadro necessário para o surgimento de um ecossistema favorável ao empreendedorismo e inovação e criar os mecanismos para que os projetos de investigação sejam mais rapidamente transpostos para o mercado.

Mas há uma linha a partir da qual o Governo não pode nem deve ir.

Essa é a linha a partir da qual os empresários, os empreendedores, os que querem criar, produzir e desenvolver sabem que o que faz a diferença entre o sucesso ou o insucesso é a sua competência, o seu trabalho, a sua capacidade e, porque não dizê-lo, a sua responsabilidade.

É por isso que o nosso sucesso não depende apenas do Governo, nem depende, é certo, apenas dos privados.

Depende, decisivamente, da nossa capacidade de com determinação, com empenho e com o trabalho, podermos todos, cada um fazendo bem a sua parte, levar de vencida os desafios do presente e ganharmos o futuro.

Os desafios que se nos colocam são grandes e é certo que se vivem tempos de teste também nas empresas açorianas.

Mas é possível vencer. Nós queremos vencer.

Posso, por isso, afirmar que o Governo dos Açores tudo fará, até ao limite das suas competências e dos seus poderes, até ao limite dos seus recursos e dos meios de que dispõe, para que os Açores vençam.

É com base num triângulo composto por determinação, empenho e inovação que temos de apostar forte, aproveitando, também, a abertura de novas perspetivas que a tecnologia introduziu no mundo dos negócios e que impulsionou, na última década, uma revolução na economia tradicional.

Queremos, por isso, ser ainda mais impulsionadores de novos projetos tecnológicos, que criem novos produtos e valorizem o que já temos; queremos criar mais emprego, especialmente para os mais jovens, aproveitando a sua mão de obra especializada e o seu “know how” nas várias indústrias e serviços.

E, em boa verdade, sabemos que podemos contar com os nossos jovens, que estão dispostos e lutar pela construção do seu futuro.

Basta referir que continuam a surgir projetos no âmbito do programa Empreende Jovem, tendo sido, recentemente, aprovados mais de 11 projetos, que totalizam um investimento de mais de 1,5 milhões de euros e que potenciam a criação de duas dezenas de novos postos de trabalho.

É também por causa destes sinais que tenho referido em diversas circunstâncias que temos de reafirmar a aposta na Juventude Açoriana, na sua capacidade criativa, na sua capacidade de inovação, na sua capacidade, em suma, de ombrear num mundo aberto e competitivo como aquele em que vivemos.

Todos juntos, tenho a certeza, faremos tudo para que outros projetos se juntem a este, cujo início marcamos hoje de forma simbólica, de modo a transformar os Açores num “arquipélago” tecnológico.

Termino felicitando os sócios desta empresa pelo importante contributo que vêm trazer ao desenvolvimento da Graciosa e pela aposta que fazem nos Açores, desejando-lhes, em nome do Governo dos Açores, os maiores sucessos”.





GaCS

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