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terça-feira, 18 de março de 2008

Centro de Interpretação da Furna do Enxofre, na Graciosa, vai ser uma realidade dentro de oito meses




Carlos César presidiu, ao princípio da tarde, à cerimónia de consignação da empreitada de construção do Centro de Apoio aos Visitantes da Furna do Enxofre, na ilha Graciosa, uma obra no valor de cerca de 550 mil euros e com um prazo de execução de oito meses.

Como foi referido na ocasião, a estrutura incluirá um conjunto de recursos tecnológicos e interpretativos que permitirá uma viagem remota ao interior da Furna, potenciando o uso adequado de uma das maiores abóbadas vulcânicas do mundo e, mesmo nos dias em que não seja possível descer até à lagoa subterrânea, em virtude do aumento da concentração de dióxido de carbono, existirão ali motivos de interesse e instrumentos pedagógicos e informativos que justificarão a visita.

O presidente do Governo, sublinhando o consequente reforço da atractividade da Graciosa no plano turístico, afirmou que “a nossa grande missão – do Governo dos Açores e das pessoas em geral – é a de zelar pela manutenção da qualidade ambiental que hoje referencia a nossa Região no plano internacional.”

Na última década, acrescentou Carlos César, foram criados os instrumentos de planeamento e de gestão adequados e coordenados complexos procedimentos de licenciamento ambiental, de modo a manter a imagem justamente difundida da nossa Região e a qualidade de vida das pessoas.

Porém, prosseguiu o presidente do Governo, são ainda muitos os desafios à nossa política ambiental, nomeadamente no que se refere à gestão concessionada de diversas tipologias de resíduos nas diferentes ilhas.

“Este processo, despoletado pela iniciativa privada, dá razão ao Governo quando, reiteradamente, referiu que a quantidade de resíduos produzidos nas ilhas de São Miguel e Terceira era suficiente para justificar o investimento privado, e quando, nas restantes ilhas, o Governo decidiu participar, tendo já efectuado estudos prévios e projectos, designadamente para as ilhas do Pico, Flores e Graciosa”, disse ainda Carlos César.

Foi com esse enquadramento que, recentemente, o Governo esteve na Graciosa, a apresentar o projecto do Centro de Processamento e o de Valorização Orgânica por Compostagem, e que foi iniciada a discussão pública do diploma que cria o Parque Natural da ilha.

Recordando que tais opções políticas permitiram aos Açores o sucesso de terem sido apontados como o segundo melhor arquipélago do mundo para se viver, o presidente do Governo concluiu dizendo que “defender o ambiente é, pois, preservar no presente e defender a qualidade do nosso futuro colectivo. As nossas 23 áreas classificadas como Sítio de Importância Comunitária, as nossas 15 Zonas de Protecção Especial ao abrigo da Rede Natura 2000, as nossas Áreas Marinhas Protegidas no âmbito da Convenção Oslo-Paris, as nossas áreas Património Mundial, os nossos Parques Naturais de Ilha e as áreas de património geológico que também vamos classificar são, na nossa perspectiva, autênticos projectos de investimento e uma oportunidade de progresso e de desenvolvimento internos e de referenciação externa positiva.”


Texto integral da intervenção do presidente do Governo, Carlos César, na cerimónia de assinatura, hoje, do acto de consignação da empreitada de construção do
Centro de Interpretação da Furna do Enxofre, na ilha Graciosa

“É com muita satisfação que presido a este acto público em que lançamos mais uma obra de grande importância nesta ilha Graciosa – neste caso, a de construção do Centro de Apoio aos Visitantes e de Interpretação da Furna do Enxofre.

Este Centro representa um investimento de mais de meio milhão de euros e tem um prazo de execução de oito meses.

Neste lugar nascerá um conjunto de recursos tecnológicos e interpretativos que permitirá uma viagem remota ao interior da Furna, potenciando o uso adequado de uma das maiores abóbadas vulcânicas do mundo.

Mesmo nos dias em que, por inerência de fenómenos naturais com estas características – como o aumento da concentração de dióxido de carbono – não seja possível descer até à lagoa subterrânea, existirão aqui aliciantes e instrumentos pedagógicos e informativos que justificarão a visita.

Esta área protegida, pertencente à Rede Europeia Natura 2000, ficará, deste modo, valorizada através desta tipologia de equipamentos, que visa o seu uso informado e competente e que, ao mesmo tempo, reforçará a sua atractividade na oferta turístico-ambiental da ilha e dos Açores.

A nossa grande missão – do Governo dos Açores e das pessoas em geral – é a de zelar pela manutenção da qualidade ambiental que hoje referencia a nossa Região no plano internacional. Reconstituir o meio natural e recuperar de danos ambientais é sempre tarefa de grande dificuldade e de sucesso problemático; acautelar e prevenir, planificando e intervindo atempadamente, não é menos difícil, mas é mais avisado e passível de melhores resultados.

É isso que temos feito nos Açores, particularmente na última década, criando os instrumentos de planeamento e de gestão adequados para o efeito e coordenando complexos procedimentos de licenciamento ambiental, de modo a manter a imagem justamente difundida da nossa Região e a qualidade de vida das pessoas.

Porém, apesar dessa imagem, são ainda muitos os desafios à nossa política ambiental, relevando, por exemplo, o impacto ambiental da produção e deposição actuais de resíduos.

Saliento, neste âmbito, o processo, a decorrer nesta fase, de aceitação de propostas para a gestão concessionada de diversas tipologias de resíduos nas diferentes ilhas. Este processo, despoletado pela iniciativa privada, dá razão ao Governo quando, reiteradamente, referiu que a quantidade de resíduos produzidos nas ilhas de São Miguel e Terceira era suficiente para justificar o investimento privado, e quando, nas restantes ilhas, o Governo decidiu participar, tendo já efectuado estudos prévios e projectos, designadamente para as ilhas do Pico, Flores e Graciosa.

É com esse enquadramento que, recentemente, viemos à Graciosa apresentar o projecto para as estruturas de gestão de resíduos – o Centro de Processamento e o de Valorização Orgânica por Compostagem – e que hoje anuncio que demos início ao processo para lançar o respectivo concurso público.

Também na ilha Graciosa, nesta visita oficial de todo o Governo, neste último ano de legislatura, iniciámos a discussão pública do diploma que cria o Parque Natural da ilha. Depois da aprovação da Reserva da Biosfera da Graciosa por parte da UNESCO, na sequência de uma candidatura apresentada oportunamente pelo Governo Regional, damos mais um passo para, simultaneamente, proteger e usar o nosso património natural, reforçando mais uma componente para o nosso desenvolvimento sustentável.

Este percurso político, aliás, é o que nos permitiu obter o sucesso de termos sido apontados como o segundo melhor arquipélago do mundo precisamente na ponderação desse indicador de sustentabilidade. Desta forma, naturalmente, incorporando também a vontade das pessoas e outros instrumentos de planeamento, ficarão estabelecidas áreas protegidas com interesse, designadamente para o turismo, para a pesca, para a salvaguarda da biodiversidade ou para a preservação de habitats classificados.

Iremos também apresentar cerca de uma dezena de candidaturas a áreas Ramsar. No caso da ilha Graciosa, a área escolhida é a Furna do Enxofre, onde nos encontramos. Com estas classificações, estamos a reforçar a mais valia que potenciará o desenvolvimento de actividades económicas reprodutivas e de impacto local.

O Plano de Ordenamento da Orla Costeira da Graciosa, por seu turno, está concluído e será aprovado em Conselho de Governo, constituindo mais um instrumento de gestão que ordena um espaço especialmente sensível e determinante para um território insular.

Para nós, porém, a natureza deve mesmo ser desfrutada. É nela que vivemos e é nela que encontramos os recursos, a riqueza e o bem-estar que almejamos. Nós fazemos parte dela e devemos criar as condições para usufruir adequadamente deste património. Foi também nesse sentido que, nesta visita do Governo, apresentámos o projecto do acesso pedonal à zona balnear do Barro Vermelho, da solução para melhorar a acessibilidade do Degredo e da protecção da orla marítima.

Defender o ambiente é, pois, preservar no presente e defender a qualidade do nosso futuro colectivo. As nossas 23 áreas classificadas como Sítio de Importância Comunitária, as nossas 15 Zonas de Protecção Especial ao abrigo da Rede Natura 2000, as nossas Áreas Marinhas Protegidas no âmbito da Convenção Oslo-Paris, as nossas áreas Património Mundial, os nossos Parques Naturais de Ilha e as áreas de património geológico que também vamos classificar são, na nossa perspectiva, autênticos projectos de investimento e uma oportunidade de progresso e de desenvolvimento internos e de referenciação externa positiva.

Estamos no caminho certo. Devemos, por isso, continuar”.



Fonte da notícia: GaCS

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