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sábado, 1 de agosto de 2009

Graciosa(s) notas …



A nossa Ilha Graciosa foi e continua a ser um destino turístico de encantamento único para muitas pessoas que, de várias partes do mundo, todos os anos nos visitam. Ao longo da sua história grandes e célebres individualidades por aqui passaram e aqui vieram encontrar o silêncio e a paz, um lugar verdadeiramente aprazível de beleza natural e paisagística para passar as suas férias.



Ontem, por exemplo, recebi um email do amigo Professor Doutor Teotónio de Almeida da Universidade Brown nos Estados Unidos que me escreveu a dizer que tinha pena mas este ano não podia vir cá passar férias como era habitual fazer todos os anos. No entanto, este nosso amigo deixou claro no email que faz questão de vir cá novamente para o próximo ano com a sua esposa.



Nesse mesmo email também me falou de uma amiga historiadora, de Lisboa, a Drª. Elisa Costa, que também por cá passou recentemente e que, ficando tão encantada com a nossa terra, escreveu "Graciosa(s) notas" a pedido do Dr. Almeida para serem propositadamente aqui publicadas neste blog de notícias da Galeriacores. O meu muito obrigado a ambos e ao amigo Dr. Teotónio por nos enviar, em anexo, este lindo texto da Drª. Elisa Costa sobre a nossa Ilha Graciosa que aliás, muito nos honra e que tenho todo o prazer em transcrever na íntegra aqui nesta página:


GRACIOSA(S) NOTAS...
autoria da Drª. Elisa Costa



Que deslumbramento aquela luz do entardecer à chegada a Santa Cruz da Graciosa.

A beleza da perfeita harmonia entre a arquitectura, tradicional e moderna – com o Centro Cultural e as novas habitações – e o asseio tão notório, a fazer jus à máxima «Ilha suja não é Graciosa».

Depois da surpresa daquele inesperado coreto o deleite de ouvirmos (e que bela a acústica do espaço) o Coro da Matriz de Santa Cruz cantando canções tradicionais açorianas, numa Ilha onde a música respira com os seus habitantes, haja em vista a sua Academia Musical.

A esfusiante natureza em flor, com as hortênsias bordejando bermas, as buganvílias, e a elegante imponência das araucárias. Os jardins, com tantos matizes, sempre bem cuidados e tratados.

A preservação das tradições - nas janelas, cantarias, as “burras de milho”, as chaminés de “mãos postas” - fazem dos Graciosenses tudo menos “burros”.

E, saber que desde 1707, a cada dia 24 de Maio, se faz a procissão em que todos participam, percorrendo 7 quilómetros a subir, desde Guadalupe até à Nossa Senhora da Guia, dando cada um o seu dia de trabalho (caso coincida com o Domingo há-de passar para a Segunda-feira, para que o costume se mantenha), fascina-nos.


A chegada, passando por uma zona florestal, e a descida à Furna do Enxofre, onde, calcorreados os 223 degraus, nos deparamos com um espectáculo único que desperta os nossos sentidos, pelo odor intenso do enxofre ao som do borbulhar das águas. Sensações únicas e inesquecíveis. O que terá sido escutar o concerto de violino que ali ocorreu em 1976?

E quanto à comida, do peixe tão variado quanto suculento aos doces deliciosos, e às surpreendentes meloas, sem esquecer a famosa e inigualável angelica (a melhor do arquipélago, dizem-nos). E os excelentes lacticínios que são, em parte, exportados para o “mercado da saudade”

Ilha com pouca água, no que faz lembrar a distante Santa Maria, mas, que em Julho de 2009 mantinha uma atractiva sedução para visitantes que de há muito desejavam conhecê-la, assim completando o périplo açorense.

E, a fugacidade da visita a exigir regresso e estada prolongada!

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