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terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Erupção vulcânica submarina entre o Faial e Graciosa




Uma erupção vulcânica submarina pode estar a acontecer entre as ilhas Graciosa e Faial, segundo alertou o Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (Civisa), que se baseia no registo de mais de 300 sismos com epicentro no mar, numa zona da Crista Média-Atlântica, desde 6 de Dezembro.


Segundo a presidente do Civisa, Teresa Ferreira, a possível erupção localiza-se, aproximadamente, a meia distância entre as ilhas do Faial e Graciosa, no Grupo Central; e das Flores e Corvo, no Grupo Ocidental, a uma profundidade estimada que vai dos 800 metros a dois mil metros e a uma distância média de 120 quilómetros daquelas ilhas. Uma distância que, segundo o responsável pelo Serviço Regional de Protecção Civil e Bombeiros dos Açores, Pedro Carvalho, não oferece perigo, nem é sentido pelas populações. "Estamos atentos e a acompanhar o fenómeno com atenção, não havendo qualquer risco para as pessoas neste momento", acentua.


Adianta o Civisa que a actividade sísmica em causa é o resultado do processo natural de expansão dos fundos oceânicos e poderá estar relacionada com uma fase de manifestações vulcânicas submarinas. Teresa Ferreira esclarece, no entanto, que desde a passada quarta-feira que o número de sismos tem vindo a diminuir, razão pela qual afirma que, "em princípio, este episódio estará a aproximar-se do seu fim". A actividade sísmica tem oscilado, em termos de magnitude, entre os níveis 3 e 4 da escala de Richter, na confluência das placas Americana, Euro-Asiática e Africana. O sismo mais intenso foi registado a 9 de Dezembro e atingiu 4,2.


O Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores já solicitou à autoridade marítima que envie um alerta às embarcações que passem no local para que transmitam informação sobre algo de anormal que se possa estar a passar.


Com indicações mais precisas ao nível da localização, Teresa Ferreira admite a possibilidade de uma missão científica se deslocar à zona atingida e estudar o que suspeita ser uma erupção vulcânica efusiva (não explosiva, com formação de lavas submarinas), que é o típico vulcanismo existente na Crista Média Atlântica. Esta expedição não se realiza agora, porque ainda não há uma indicação exacta do sítio onde está a ocorrer o fenómeno. Como refere, o "varrimento" agora pelos cientistas da Crista Média Atlântica seria um trabalho bastante complexo, porque se trata de uma área com algumas dezenas de quilómetros e o estado do mar alteroso não poderia dar garantias de sucesso.


O vulcanólogo Victor Hugo Forjaz explica que o que está a acontecer é uma situação normal na Crista Média-Atlântica, onde o "magma que se encontra a 14 quilómetros de profundidade, quase diariamente ascende no sentido da superfície".


Fonte: DN Portugal

Publicado por: Jorge Gonçalves

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