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segunda-feira, 14 de abril de 2008

Cerimónia aos Combatentes da Guerra do Ultramar na Freguesia de Guadalupe, ilha Graciosa




O subsecretário regional das Pescas reitirou, neste passado domingo, o alerta do Executivo para a necessidade de não esquecer a identidade própria da Região e o seu passado histórico como condição para assegurar o presente e garantir o futuro colectivo.
Na cerimónia de inauguração de um memorial aos Combatentes da Guerra do Ultramar na Freguesia de Guadalupe, ilha Graciosa, a que presidiu em representação do presidente do Governo, Marcelo Pamplona afirmou que o monumento pretende, também, “perpetuar a memória de que existiram outros tempos mais difíceis e não muito longínquos, que resultaram no sacrifício da vida de açorianos, em locais distantes da nossa Região, fruto de um espírito de missão em prol de um projecto nacional”.
“Somos Portugal, com muito empenho e orgulho, mas aqui também somos uma Região, com um povo, e com uma cultura própria que importa preservar”, referiu o governante ao realçar o papel fulcral que os Açores desempenharam como "último reduto da Nação" no período da ocupação espanhola e nas lutas entre liberais e absolutistas.
O monumento hoje inaugurado que, segundo Marcelo Pamplona, serve para lembrar às actuais e futuras gerações que existiu uma história que conduziu à nossa actual identidade, foi implantado por iniciativa do Núcleo da Ilha Terceira da Liga dos Combatentes e da Junta de Freguesia de Guadalupe.
A cerimónia da sua inauguração serviu, igualmentem para prestar homenagem a Eduíno Tomás Bettencourt, falecido na Guerra do Ultramar.

Intervenção do subsecretário das Pescas na inauguração de monumento em memória dos combatentes da Guerra do Ultramar


Texto integral da intervenção do subsecretário regional das Pescas, Marcelo Pamplona, na inauguração, hoje na Freguesia do Guadalupe, ilha Graciosa, de um monumento em memória dos combatentes da Guerra do Ultramar:

“Em primeiro lugar gostaria de transmitir, em nome do Presidente do Governo dos Açores, que muito nos honra participarmos nesta cerimónia simbólica, organizada pela Liga dos Combatentes, nesta bonita Freguesia de Guadalupe da ilha Graciosa.

Uma palavra de saudação também a todos os combatentes, ex-combatentes, suas famílias e seus amigos presentes nesta cerimónia.

Esta é uma cerimónia que visa prestar uma justa homenagem a Eduíno Tomás Bettencourt e demais combatentes da Graciosa, que faleceram em resultado de terem participado no teatro de Guerra do Ultramar.

Com este memorial, cuja cerimónia de inauguração hoje decorre, pretende-se perpetuar, também, na nossa memória, que existiram outros tempos mais difíceis e não muito longínquos, que resultaram no sacrifício da vida de açorianos, em locais distantes da nossa Região, fruto de um espírito de missão em prol de um projecto nacional.

Uma palavra também para homenagear todos os combatentes portugueses que demonstraram grau de sacrifício idêntico, tendo pago com a vida o preço da missão em que estiveram envolvidos.

Nesta era marcada pela globalização, onde as nossas fronteiras deixaram de estar bem definidas, onde os símbolos, o património e as tradições culturais são muitas vezes confundidas ou desvirtuadas, devemos relembrar sempre a nossa própria identidade e o nosso passado histórico, para assegurar o nosso presente e garantir o nosso futuro.

É em momentos como este que todos nos lembramos da importância de preservar a memória dos açorianos que fizeram a nossa história, para relembrarmos às actuais e futuras gerações que existiu uma história que conduziu à nossa actual identidade.

Na perpetuação deste memorial, também quero relembrar hoje o papel fulcral que os Açores desempenharam como último reduto da Nação aquando da ocupação espanhola e nas lutas entre liberais e absolutistas. Por isso, aqui afirmámos e somos Portugal, com muito empenho e orgulho, mas aqui também somos uma Região, com um povo, com uma cultura própria que importa preservar.

Gostaria de deixar uma palavra de estima a todos os ex-combatentes bem como às suas famílias, que muito sofreram aquando da presença destes em campanha militar. Hoje, encontramos ainda muitos em situações de risco e vulnerabilidade social e, são esses, que urge apoiar e confortar.

Mas existem valores partilhados por todos vós que são o cimento da coesão. Penso na solidariedade que se manifesta no apoio aos mais desfavorecidos e que tem sido uma das maiores preocupações da liga dos combatentes. Por isso, faço votos para que o desenvolvimento dos projectos a que se propõe alcancem os seus objectivos.

Termino prestando a justa e sentida homenagem a todos os que continuam envolvidos na defesa de valores como o voluntariado, a cidadania, a cultura, a história, a solidariedade, a inclusão social e a defesa da dignidade dos combatentes vivos e a honra permanente aos combatentes mortos.

A todos bem hajam”.


Fonte da notícia: GaCS

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